Agrivalle 07: Junho de 2022

Iniciamos mais uma coluna Agrivalle Markets trazendo a você, amigo produtor, em parceria com a Agrivalle, nossos destaques sobre o desempenho do agronegócio brasileiro e mundial em junho de 2022.
Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,47%, ou 0,59 p.p. menor do que a taxa que havia sido registrada em abril (1,06%). Com isto, o indicador acumula alta de 4,78% em 2022, e de 11,73% nos últimos 12 meses. Entre os produtos analisados, que são nove, oito tiveram alta; a única exceção foi o grupo “Habitação”, que registrou queda mensal de 1,7%. Já a maior variação foi registrada com “Vestuário”, que cresceu 2,11%. “Transportes” e “Alimentos e Bebidas” também apresentam alta, apesar de desacelerarem este mês, com 1,34% e 0,48%, respectivamente. Em abril, estes dois grupos haviam registrado 1,91% e 2,06%, respectivamente.
Na economia brasileira, a parcial divulgada no último dia 06 de junho de 2022 (por conta da greve dos servidores que ainda persiste, e que tem inviabilizado a publicação do Boletim Focus), o Banco Central divulgou suas estimativas para a economia brasileira, de acordo com as expectativas de mercado, em: IPCA deve ficar em 8,89% em 2022 e 4,39% em 2023; o PIB deve crescer 1,20% ao final deste ano e 0,76% no término de 2023; a taxa Selic foi estimada em 13,25% em 2022 e em 9,75% no próximo ano; e, por fim, o câmbio deve ficar em R$ 5,05 neste ano e próximo.
No agro mundial e brasileiro, pelo segundo mês consecutivo, o índice de preços de alimentos da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) registrou queda, em maio de 0,6%, fechando em 157,4 pontos (era 158,5 em abril). Ainda assim, o indicador segue 22,8% maior do que o que fora registrado no mesmo mês do ano passado. Entre os produtos que lideraram a redução mensal estão os óleos vegetais e os laticínios. Do outro lado, os preços de cereais cresceram 2,2%, registrando 173,4 pontos, 29,7% a mais do que em maio de 2021. Outro grupo que cresceu foi o das carnes, que ficou em 122 pontos em maio, 0,5% maior que abril e recorde histórico. Já o trigo registrou a quarta alta mensal consecutiva, de 5,6% de abril para maio e 56,2% na comparação com maio do ano passado.

Números do campo para junho de 2022

No campo, segundo estimativa de junho de 2022 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de grãos do ciclo 2021/22 deve totalizar recorde de 271,3 milhões de t, volume 6,2% superior ao obtido na safra passada e 0,4% maior que a previsão do mês anterior (+1,1 milhões de t). Houve reajuste nos volumes da soja entre as últimas duas previsões (+0,4%), agora avaliada em 124,3 milhões de t, o que representa queda de 10,1% frente a 2020/21. O milho também apresentou acréscimo nesta estimativa (+0,6%), com oferta total de 115,2 milhões de t, 32,3% frente ao ciclo anterior. Desse montante, o cereal de primeira safra deve entregar 24,8 milhões de t (+0,3%), a safrinha 88,0 milhões de t (+44,9%) e a terceira safra 2,4 milhões de t (+47,2%). 
A expectativa também é positiva para as culturas de inverno, que devem aumentar 7,7% em produção frente ao ciclo anterior, atingindo 10,1 milhões de t, com o trigo responsável por 83% desse volume (8,35 milhões de t). Por fim, no algodão os volumes se mantiveram praticamente estáveis, com ligeira queda de 0,2%, mas espera-se uma produção de 2,8 milhões de t de pluma, 19,3% superior ao que foi alcançado em 2021/22.  
Já o progresso de safra foi apontado pela Conab nas seguintes condições, até 04 de junho de 2022: a colheita da soja está 99,4% concluída (99,9% há um ano); a colheita do milho verão em 86,7% (85,3% na mesma data de 2021); a colheita do milho safrinha (2ª safra) foi recém iniciada e se encontra com 3,0% (0,8% em 20/21), com destaque para os avanços no Mato Grosso (6,3%), Tocantins (2,0%) e Goiás (2,0%); no algodão, a colheita permanece em estágio prévio e/ou inicial, com apenas 1,0% das áreas totais colhidas (era de 0,6% em 05 de junho de 2021); e, por fim, o plantio de trigo registra pequeno atraso, estando com 38,6% das áreas semeadas (contra 41,5% há um ano). As boas condições das lavouras brasileiras e o ritmo acelerado nas operações têm favorecido a produção, o que explica os movimentos de alta nas estimativas da Conab, como vimos.

Novidades sobre a cadeia da laranja

Na cadeia da laranja, no final de maio, ocorreu um dos mais importantes eventos a nível global: a divulgação da 1ª Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) do parque citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste de Minas Gerais, maior região produtora de citrus no mundo. O relatório, que é elaborado pelo Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) em parceria com a Markestrat Group, FCAV/UNESP e FEARP/USP, apontou que devem ser colhidas 316,95 milhões de caixas (40,8 kg) em 2022/23, 20,5% maior do que a safra passada. 
Entre os principais fatores que contribuíram para a previsão de alta estão: (1) as chuvas bem distribuídas no período de outubro do ano passado até maio deste ano (média de 923 mm); (2) as temperaturas mais amenas após o florescimento; e (3) uma maior carga de frutos nas plantas, que está 4,5% superior ao do último ciclo. Mesmo com a projeção de crescimento em 1/5 na colheita de laranja, vale destacar que a estimativa ficou apenas 1% acima da média dos últimos 10 anos. Como os estoques de suco estão baixos e podemos ter adversidades climáticas ainda, o cenário de preços em reais segue bom, compensando a grande alta dos custos de produção. 

Números do o relatório de junho de 2022 do USDA

No cenário global, o relatório de junho de 2022 do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), acerca da safra de grãos 2022/23 (a que ainda será plantada no Brasil), indica uma produção de milho em 1,186 bilhão de t, 5 milhões a mais do que na primeira previsão (maio), porém ainda 2,5% menor do que a oferta de 2021/22 (1,21 bilhão de t). 
O comparativo de produção entre a safra 2022/23 e a anterior, nos principais países produtores, nos mostra o seguinte: nos EUA, a produção deve ficar em 367,3 milhões de t (-4,3%); na China em 271,0 milhões de t (-0,5%); no Brasil serão 126 milhões de t (+8,6%); na União Europeia a produção deve ser de 68,3 milhões de t (-3,1%); e fechando o top 5, na Argentina, a oferta será de 55 milhões de t (+3,8%). 
Na Ucrânia, fortemente afetada pela guerra contra Rússia, o USDA estima uma oferta do cereal em 25 milhões de t, acima das 19,5 milhões de t estimadas no mês passado, mas ainda bem abaixo das 42,2 produzidas em 2021/22. Já os estoques globais de milho devem ficar em torno de 310,5 milhões de t, praticamente o mesmo volume de 2021/22; no mês passado o órgão havia estimado 305,1 milhões de t.
Na soja, o USDA também ampliou a previsão da oferta global de 22/23, em junho de 2022, agora estimada em 395,4 milhões de t (era 394,7 no mês passado). Com isso, a produção da leguminosa deve ser 12,4% maior do que em 2021/22. Os valores para os 5 principais países produtores foram mantidos, conforme estimativa de maio, em: Brasil com 149,0 milhões de t (+18,3%); Estados Unidos em 126,3 milhões de t (+4,6%); Argentina com 51 milhões de t (+17,5%); China produzindo 17,5 milhões de t (+6,7%); e Índia com oferta em 11,5 milhões de t (-3,4%). Os estoques globais de soja foram ampliados de 99,6 (maio de 2022) para 100,5 milhões de t (junho de 2022), volume que é 16,7% superior ao de 2021/22 (86,1 milhões de t).
Boas as notícias para os grãos, que seguem com alta nas estimativas para a oferta global em 2022/23. Vamos torcer para que as condições ajudem e estes números de junho de 2022 sejam mantidos. É necessário ampliar a oferta de alguns produtos para garantir o abastecimento e controlar os altos preços que aí estão.
E por falar no ciclo 2022/23, nos Estados Unidos, os produtores já recuperaram o ritmo nas operações de plantio a fim de tentar compensar o atraso ocorrido neste início de safra (nós mostramos aqui nos meses anteriores). Até o dia 05 de junho de 2022, a previsão era de que 94% das áreas de milho haviam sido plantadas, contra 98% há um ano e 92% na média das últimas 5 safras. Para as lavouras do cereal já em desenvolvimento, o USDA estima que 12% se encontram em condições excelentes e 61% em boas. 
Na soja, o plantio alcançou 78% das áreas até 05 de junho de 2022, contra 89% de progresso na mesma data de 2021 e 79% na média das últimas 5 safras. Entre as lavouras semeadas, 56% já emergiram (era 74% há um ano e 59% na média dos últimos 5). Por fim, no algodão, 84% dos campos já foram plantados; eram 70% em 05 de junho de 2021 e 76% na média. Já em relação ao desenvolvimento, 5% das lavouras estavam com condições excelentes, 43% em condições boas e 37% em condições medianas.

Bons ventos na relação Brasil-China

Na China, o volume importado de soja brasileira voltou a crescer em maio: foram 9,7 milhões de t, quase 20% maior do que havia sido registrado em abril, mas praticamente o mesmo volume de maio do ano passado (9,6 milhões de t). A alta, que não era esperada em vista da baixa disponibilidade do grão em período de entressafra, é explicada pelo atraso na chegada/descarregamento de alguns navios no país asiático, efeitos do lockdown nos portos chineses graças aos casos da covid-19 no país.
Outra boa notícia é que Brasil e China concluíram um acordo para início das exportações de milho e amendoim para o país asiático. A informação foi divulgada pelos Ministérios da Agricultura e de Relações Exteriores. Além do acordo firmado, os países ainda estão discutindo a possibilidade de vendas brasileiras de farelo de soja, proteína concentrada de soja, polpa cítrica e soro fetal bovino.

Exportações

E em 2022, os embarques de trigo brasileiro já superaram todo o volume exportado do cereal no ano passado; entre janeiro e maio, foram 2,47 milhões de t (+2,9%). Diante desse cenário, o Brasil deve vir a comprar mais trigo este ano, já que importa grande parte do que consome (6,2 milhões de t em 2021), para uma indústria que demanda 12,5 milhões de t.
Falando ainda em exportações, outro fato que marcou o mês foi a expectativa do governo russo em permitir o escoamento dos grãos ucranianos pelos portos do país via Mar Negro, o que agitou bastante mercados, principalmente o de milho, sendo este um dos grandes fatores baixistas e que ajuda a explicar o comportamento dos preços do cereal nas últimas semanas.

Junho de 2022, começo de um novo trimestre

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) foi estimado pelo Mapa (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento) em R$ 1,243 trilhão para 2022, conforme atualização de junho de 2022. Esse valor é 2,4% superior àquele alcançado no ano anterior e ligeiramente maior que a previsão de maio (R$ 1,236 trilhão). O faturamento das lavouras deve alcançar R$ 880,37 bilhões (+6,56%), com crescimento expressivo para algodão (+45,0%), café (+37,8%), cana-de-açúcar (+28,1%) e milho (+20,0%). Já na pecuária, espera-se queda generalizada para as carnes, de 6,4%, chegando a R$ 362,64 bilhões (-6,4%).
No 1° trimestre de 2022 (janeiro a março) a população ocupada no agronegócio totalizou 18,74 milhões de pessoas, crescimento de 6,2% em relação ao mesmo período do ano passado; ou 1,09 milhão de pessoas a mais. Com isto, este trimestre foi o com maior número de pessoas trabalhando no agro desde 2016. Os dados foram divulgados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Agronegócio e meio-ambiente

Estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que o Brasil está entre os países que mais reduzem o impacto do agronegócio no meio-ambiente. Segundo o relatório, o nosso país é o 1° no indicador “poupa-florestas”, e fica apenas atrás da Argentina no que tange a capacidade produtiva da agricultura por unidade de emissão de GEEs (Gases de Efeito Estufa). Entre os países analisados estavam o Brasil e outros sete grandes agroexportadores: Argentina, Canadá, China, França, Alemanha, Índia e Estados Unidos.

Reflexos do agronegócio 

Entre janeiro e maio de 2022, o agronegócio brasileiro movimentou R$ 10,7 bilhões em fretes, 27,4% maior que o mesmo período do ano passado; é o que aponta relatório da Fretebras. Com isso, o setor respondeu por 36,0% do total de fretes movimentados (R$ 29,7 bilhões), liderando a classificação por setor. Na segunda posição ficou a indústria com R$ 8,2 bilhões e a construção com R$ 4,5 bilhões. Entre os produtos mais transportados pelo agro, os fertilizantes lideram com 25% do total (e 19% a mais no comparativo anual), seguido de soja, milho e trigo.
Segundo o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), as contratações de crédito rural na safra 2021/22 (de julho de 2021 a maio de 2022) chegaram a R$ 252,46 bilhões, alta de 18% e superando o valor disponibilizado quando do anúncio do Plano Safra atual (era de R$ 251,2 bilhões). Os financiamentos de custeio, no âmbito do Pronaf, cresceram 41% e dos créditos de comercialização, 43%.

Clima – uma preocupação em junho de 2022

Também neste mês de junho de 2022, mais uma vez o clima frio voltou a preocupar os nossos agricultores, especialmente os da região Sul e MS, e com destaque para as lavouras de milho, cana, café e citros. Até o momento não foram registradas grandes perdas (felizmente) mas vamos seguir acompanhando.

Perspectivas para o setor sucroenergético em junho de 2022

O setor sucroenergético deve passar por um novo processo de consolidação nos próximos anos. Com a retomada de bons índices de lucratividade nas três últimas safras, devido aos preços atrativos ora do açúcar ora do etanol, investidores devem apostar em fusões e aquisições para melhoria da eficiência operacional e redução da capacidade ociosa ainda existente. Estima-se que as unidades do Centro-Sul tenham capacidade de processamento de 850 milhões de t, mas a moagem esperada para este ciclo é entre 530 a 540 milhões de t. Esse otimismo também é pautado na forte demanda por energias de fontes mais limpas, o que deve trazer novas oportunidades de negócios para o setor e auxiliar a posicionar o Brasil cada vez mais como um dos maiores exportadores de açúcar e bioenergia do mundo.
E por falar no setor sucroenergético, a moagem de cana-de-açúcar alcançou o valor acumulado de 107,13 milhões de t desde o início do ciclo 2022/23 até 01 de junho de 2022, variação negativa de 17,88% em comparação ao mesmo período de 2021, revelando um atraso nas operações, de acordo com o levantamento quinzenal da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica). 248 unidades estão em operação até então nesta safra, enquanto que na anterior o número era de 249. Com relação à qualidade da matéria-prima, o ATR acumulado registrou valor de 122,11 kg/t, refletindo queda de 4,99%. Por sua vez, o mix de produção está em 59,48% para o etanol e 40,52% para o açúcar, com o biocombustível ganhando participação de 4,50 pontos percentuais sobre o adoçante em relação a 2020/21 em consequência da melhor remuneração visto o cenário de preços dos combustíveis.
Os Estados Unidos intensificaram suas exportações de etanol no mês de abril, totalizando embarques de 701 milhões de litros, 48% acima do indicador de março e o terceiro maior volume já constatado para um único mês, de acordo com a Associação de Combustíveis Renováveis (RFA). O Brasil comprou 113,55 milhões de litros dos norte-americanos, sendo o maior volume mensal nos últimos dois anos. 
A grande mensagem aqui é a demanda aquecida pelo biocombustível no âmbito internacional e nacional e a dificuldade interna em suprir tal demanda visto a atraso na moagem.  Ainda considerando o cenário nos Estados Unidos, o governo estabeleceu novo mandato da mistura de biocombustíveis aos combustíveis fósseis para o ano de 2022. Com isso, o volume em mistura de combustível renovável deve ser de 78,09 bilhões de litros, maior obrigação já definida pelo programa dos norte-americanos. A medida visa trazer maior segurança energética ao país, reduzindo sua dependência pelo petróleo.

Alta nos preços de fertilizantes

No setor de insumos, a alta de preços nos fertilizantes aconteceu mesmo com o aumento da oferta interna desses produtos. Em março, foram 2,9 milhões de t entregues pela indústria aos agricultores brasileiros, 13,7% a mais do que o mesmo mês de 2021. O volume também é 16% maior que o mês anterior, fevereiro. 
O comportamento é explicado principalmente pelo ritmo acelerado de compra dos produtores, já pensando na safra 2022/23, em vista de preocupações com o abastecimento destes insumos e as incertezas trazidas pela guerra entre Rússia e Ucrânia. Os dados são da ANDA, a Associação Nacional da Difusão de Adubos. Mas já começaram a ceder.

Para começar junho de 2022

E concluindo a seção de análise do agro, listamos os preços de produtos na data de fechamento da nossa coluna: a soja para entrega em cooperativa de SP ficou em R$ 190,40/sc em junho de 2022, R$ 193,00/sc para julho/22 e R$ 175,90/sc para março/23; o milho fechou em R$ 88,60/sc para julho/22 e R$ 90,50/sc com entrega prevista em setembro/22; no algodão (Cepea/Esalq), a cotação era de R$ 257,82/@; e no boi gordo (Cepea/Esalq), a arroba ficou cotada em R$ 311,05.

Concluído junho de 2022, os cinco fatos do agro para acompanhar em julho são: 

  1. Clima incidente sobre a segunda safra de milho brasileira. Em junho de 2022, seguimos otimistas com o desempenho das lavouras, mas é preciso acompanhar de perto ainda a situação do PR e MS, onde as culturas se encontram em estágios mais sensíveis à falta de umidade. De acordo com a Conab, 25,5% do milho do país ainda está sob influência do clima.
  2. Expectativas para o Plano Safra 2022/23, o volume financeiro que será disponibilizado, bem como os critérios e categorias do plano. Neste momento pré-lançamento, muitas discussões estão acontecendo e algumas perspectivas sendo divulgadas. Observar este cenário ao longo de junho de 2022 é essencial para antecipar ações e elaborar um melhor planejamento para o próximo ciclo. Será preciso muito recurso para atender à demanda mundial nesta grande oportunidade aberta ao Brasil. 
  3. Desenvolvimento das lavouras nos Estados Unidos. Como vimos, os produtores norte-americanos recuperaram o ritmo de plantio dos últimos 5 anos, mas as lavouras acabaram emergindo mais tarde. Vamos ver como ficam as condições e desenvolvimento até o próximo mês, fator que é decisivo para o cálculo da oferta (produção). Mas o fato é que os riscos serão maiores no final da safra. 
  4. Continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia e as discussões envolvendo a possibilidade de abertura dos portos ucranianos no Mar Negro para exportação de grãos pelo país. Se isto acontecer em junho de 2022, a oferta global poderá ser alterada e, com isso, a dinâmica de preços também deve mudar.
  5. Por fim, seguir de olho nos aspectos políticos e econômicos do Brasil: as discussões para amenizar os altos preços dos combustíveis, as movimentações políticas em período pré-eleição, as medidas para tentar reduzir a inflação; além de variações do câmbio com a alta de juros nos EUA e perspectiva para PIB, Selic e outros.

 

O Boletim Agrivalle Markets 07: Junho de 2022 foi escrito por:
Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Acompanhe outros materiais na página DoutorAgro.com.
Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.
Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.

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