Risco de nematóides no algodão – você está realizando o manejo correto da sua lavoura de algodão?

A cultura algodoeira é o ponto de partida de uma das cadeias produtivas mais importantes da economia mundial, a da moda. 

Embora esta indústria movimente milhões e conte com uma força de trabalho gigantesca, tem entre suas principais ameaças um ser microscópico que vive embaixo da terra. Bem no início do ciclo de produção de roupas, lençóis e afins, a presença de nematóides no algodão é um pesadelo

A cotonicultura tem lugar de destaque no cenário socioeconômico mundial, e o Brasil está entre os responsáveis pelos números do setor. Estamos entre os principais produtores mundiais de algodão, uma liderança dividida com Paquistão, Estados Unidos, Índia e China.  

A produção de algodão no Brasil

Hoje, temos mais de um milhão de hectares do país ocupados por algodoeiros, sendo a maior concentração nos estados de Goiás, Bahia e Mato Grosso. Vale lembrar que houve um crescimento significativo entre 2014 – quando o algodão brasileiro era cultivado em 564 mil ha – e 2019 – quando chegamos a 1,072 ha.

Os bons ventos continuam soprando nessa lavoura, que espera resultados positivos na safra 2021/2022, apesar de dificuldades relacionadas ao clima. Os produtores, aliás, estão redobrando os cuidados para evitar que as incertezas geradas pelas mudanças climáticas afetem a qualidade da pluma. Além das consequências diretas de secas, chuvas e geadas fora do calendário, eles precisam lidar com seu reflexo no solo – ou melhor, precisam se adiantar a isso, garantindo que a biota esteja saudável, preparada para proteger as raízes e lidar com pragas e doenças. 

A ameaça dos nematóides no algodão

Vários males podem afetar o algodoeiro, entretanto identificar nematóides no algodão é uma das notícias mais desanimadoras nessa cultura. Isso porque eles afetam a área de cultivo de tal forma que deixam a planta mais suscetível a outros problemas. De fato, entre os mais de 250 agentes patogênicos prejudiciais ao algodoeiro, nenhum abala a produtividade de maneira tão significativa quanto os nematóides.

Para controlá-los, há, basicamente, dois conjuntos de medidas. O primeiro é preventivo e se resume a evitar que eles entrem na área de cultivo. Para tanto, a receita é fazer rotação com plantas que não sejam suas hospedeiras, acontece que esta não é uma tarefa tão simples quanto parece. 

Por mais que a rotação de culturas seja uma das formas mais eficazes no controle de nematóides no algodão, esse tipo de patógeno é tão presente na natureza que pode afetar uma gama de plantas bem grande. Geralmente, quando o produtor encontra uma espécie com as características necessárias, ela não é rentável para o negócio. Além disso, muitas variedades de alto valor agronômico são geneticamente desprovidas de defesas contra o patógeno. É aí que entram os nematicidas e o segundo método para controlar os nematóides no algodão.

Nematóides no algodão – um histórico de controle

Por muito tempo, os nematicidas eram conhecidos por trazerem prejuízos ao meio-ambiente e à saúde das pessoas. Mais que isso, eram classificados como sendo de alta periculosidade, tanto que muitos foram banidos do mercado. Para substituí-los, a indústria agropecuária desenvolveu opções menos tóxicas, inclusive produtos biológicos

O êxito dos bionematicidas é bastante significativo no combate a nematóides no algodão, inclusive nas espécies mais comuns nessa cultura, como Pratylenchus brachyurus e Meloidogyne incognita. É o caso do Profix, desenvolvido pela Agrivalle. Contando com um mix de três microrganismos, ele acaba atuando de diferentes formas. Com isso, cobre um amplo espectro, conseguindo atuar em diversas fases dos nematóides. Assim, ele atua na biota de forma contínua, como em um tratamento.

O Profix é um produto inovador, foi o primeiro nematicida a trazer 3 microrganismo em sua formulação –, as bactérias Bacillus subtilis e Bacillus licheniformis e o fungo Paecilomyces lilacinus (Purpureocilium lilacinum). Este trio atua em associação, oferecendo, portanto, tripla proteção à área de cultivo.

Uma andorinha só não faz verão

Apesar de todos os avanços no desenvolvimento de nematicidas e na redução da toxicidade do produto, a eficácia no trato de nematóides no algodão ainda depende de outras práticas associadas. Portanto, garanta que os seguintes passos sejam seguidos em seu algodoeiro:

Identifique o problema – quando confirmar que há nematóides no algodão, você precisa saber com qual espécie está lidando, afinal isso interfere nas medidas de combate. Como estamos falando de seres microscópicos, você vai precisar contratar um laboratório para esta avaliação.

Adote rotação de culturas – alterne as espécies plantadas na área onde cultiva algodão, evitando aquelas que servem como hospedeiras do mesmo tipo de nematóides, pois isso aumentaria o risco de incidência do parasita.

Mantenha equipamentos e máquinas limpos – nematóides podem ser levados de um lugar para outro, tendo os equipamentos utilizados no manejo como meio de transporte. Tanto numa pá como numa máquina, uma porção de terra contendo o parasita pode ser levada para uma parte do solo até então saudável.   

Monitoramento contínuo – fique atento ao solo e às raízes, retirando amostras periodicamente e enviando-as para análises em laboratório. Essa medida deve ser tomada mesmo depois da identificação positiva do patógeno, pois acompanhar o problema, assim como sua evolução e combate, permitirá que você faça intervenções sempre que necessário e se assegure de que as medidas de controle estão funcionando.

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